domingo, 17 de abril de 2011

Divindades Abaladas


Somos deuses num mundo de plebe desesperada.
Olhamos a imperfeição com um brilho nos olhos e com um amor que nos surge como nato.
Não percebemos como os outros não o conseguem fazer, mas mesmo assim sustemos aquela fantasia que os faz sobreviver... aquela fantasia que os faz aguentar...
Dói-nos e acima de tudo consome-nos a alma, pois como deuses presos nesta condição humana somos consumidos a uma velocidade letal e nesta adolescência a que estamos presos pesa-nos a alma envelhecida.
Bebemos e fumamos a dor que não desaparece, custa-nos o esforço mas batalhamos para manter a fantasia e felicidade dos outros... da plebe que se alimenta às nossas custas!
O sexo já nao nos preenche as falhas que o amor deixa para trás.
Como sobreviveria a humanidade na desistência divina ?
Unos, perfeitos na imperfeição, presos em corpos que nos reduzem...
Quando me pergunto se o esforço vale apena... o nosso eterno amor atroiçoa-me o peito e faz-me continuar a ser consumido em nome da fantasia sustentada, a nao desistir de continuar as tretas que servem de base... para esta falsa estabilidade.
Maldição disfarçada de esplendor, esta que nos leva.

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