segunda-feira, 25 de abril de 2011

Flash


"Vocês vivem muito rápido meus filhos" - diz a minha avó.
Se tu soubesses a velocidade a que as coisas às vezes parecem andar na minha vida avó... espantaria a tua alma inocente, mas mostras-te sábia nos teus conselhos!
Não andamos nós ao ritmo alucinante da luz? Sentimos tudo em minutos, segundos até!
Rapidamente voam conversas nesta geração de relacionamentos e encontros efémeros!
Saídas que acontecem a uma rapidez alucinante com pessoas que, como nós, vivem a este ritmo extenuante! Vivemos para as noites que não recordamos, com aqueles que não queremos saber, ou mal nos conhecem.
Sexo sem rosto, sem nome.
Tudo acontece num momento, e no outro acaba!


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sunday Feel


Em casa a ver um filme naquela nuvem semi-nostálgica de quem fomos, de quem pretendemos ser... Tento voltar a um eu mas nenhum me parece satisfazer agora. Este estado de pseudo depressão intelectual, de expectativas desajustadas que nem o fumo do cigarro parece querer toldar!
Cheiro o café e deixo a onda da Nespresso me levar a outros mundos, aquela viagem momentânea que faço colado ao sofá já me parece apaziguar mais.
Acendo mais um cigarro.
Sinto saudades de tudo, odeio estes dias assim, bafejo e a chuva bate contra a janela acordando-me de novo para o filme que já não me prende, para a realidade cansada e esbatida da qual tento fazer parte, sem grande vontade.
Espero que este sentimento de domingo não me tome como seu.
Come on Next chapter, já estou cansado deste capitulo antigo que se arrasta e me arrasta com ele !
Apago o cigarro e vou sentir a chuva... Já tenho saudades de sentir a pele molhada, e aquele cheiro da chuva faz-me recordar aquele beijo que me roubaste antes de ir!
Vou viajar um pouco, encontrar-te na minha imaginação.

Um até já PM

Shot me down

Bang bang
Estou no bar, sentado ao balcão á espera do habitual vodka limão.
Era noite de electro e estava a entrar no espirito dentro das minhas cavas super largas e com as minhas vans old school.
Conversava com o empregado, o meu affair passado, sobre problemas que ficaram por resolver... nao me lembro especificamente da conversa o alcool já me estava a bater . Lembro-me vagamente de ser uma conversa amigável, conversas de velhos que deixaram a juventude pra trás das costas.
He shot me down...
Estava a beber um whisky cola... Que raio faço com um whisky cola na mão ? porque estou sozinho no balcão ? Peço mais um vodka limão, mas levo um olhar repreensivo teu enquanto o fazes, sei que estou bêbado mas ignoro a razão por mais um tempo e ignoro-te a ti! Não quero pensar em nada, hoje a vodka é a minha melhor companheira e tu ja estás para trás das costas.
Bang bang...
Cá fora e com o bar já fechado espero os amigos do costume. Noto que estão atrasados e tenho a cara molhada. Estive a chorar á porta do bar ? não isto nao sou eu... que raio se anda a passar esta noite? Mando toda a gente pro caralho com a raiva de não estar a compreender, de o efeito do alcool me estar a deixar tao frustado !
My baby ....
Estou na disco já, aos saltos que nem um louco, olho-te com ar de predador e vejo que cais pois retribuis o toque subtil da minha mão e levo-te para o sofá onde trocamos beijos escondidos, onde sinto a tua pulsação acelerar á luz daquelas drogas, daquele som viciante.
Sinto a pista a chamar-me e num salto já te perdi. Vibro ao som daquele Dj que me encanta como uma serpente ! Sinto a loucura, a insanidade a tomar conta de mim.
Shot me down...
Já a caminho de casa, mal me aguento nos pés e pelo caminho sinto uma agonia no estomago, um aperto incontrolável... agarro a barriga e vomito!
Sinto me a desaparecer mas logo depois a energia volta...
Amanha espera-me outra história sem pormenores, outra noite de apenas momentos.

Sem Identidades.



Kiss kiss bang bang
PM

Noites encontradas


Fazes me gritar como Deus, nessa imensidão de prazer que me transmites.
Nunca ninguém soube precorrer o meu corpo como tu percorres, e fazes me rugir e chegar aquela dimensão de prazer como nenhuma outra.... Passam horas e nao me canso de te preencher, de fazer parte de ti enquanto os teus dentes me mordem o pescoço...
Passas para os mamilos e agarro-te como nunca nenhum outro homem te soube agarrar, sinto-o quando tremes e tentas controlar.
Deixo-te subir... estar por cima para teres esse sentimento de controlo durante uns segundos antes de fazer de ti a minha escrava, o meu desejo carnal.
Gotas de suor, gritos e odores teus esconde a minha cama... ao acordar apenas sinto saudade de já nao estares cá. Fazes me sofrer com a tua ausência no amanhecer e apenas réstias da melhor foda, do melhor momento de loucura se escondem nas paredes do meu quarto.
Se a marca da tua mão na parede branca e nua nao me lembrasse que tinhas cá estado, julgaria não passar de um sonho erótico que me faz acordar ainda acelerado.
Minha musa, adoro sentir o teu toque que me seduz, a tua língua que a viajar por mim me faz viajar mais do que possas imaginar... fica do meu lado!
Ao acordar abraço este espaço vazio, que nunca pareces querer ocupar....
Só... procuro-te no próximo sonho.
Surreal, nunca farás parte de mim... nunca me dás mais do que aquilo que pretendes levar!!
Carol....


PM

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Noites perdidas


As luzes da noite confundem-me a realidade. O alcool no sangue e a linhas na casa de banho começam a fazer efeito e a atordoar-me a visão... tudo o que era errado parece agora certo e fascinante... mais um gole de loucura e os sentimentos voam como numa montanha russa.
Ao ritmo do electro os nosso corpos loucos respondem com movimentos e transpiração. Aquela inegável alam da noite, aquele animal que se alimenta nas sombras toma conta de mim. Em busca de um prazer momentâneo que só o calor de um corpo, a troca quente de beijos, pode saciar. Olho-te no meio da pista com ar de cabrão e com um toque leve de lábios no pescoço convido-te, a minha presa, a seguir os meus paços. Na casa de banho a desce com a língua sobre mim... Gritos de prazer abafados pela musica á qual o meu corpo responde já sem pensar! Dentro de ti explode todo o meu prazer, toda a minha necessidade de me saciar....
Satisfeito ondulo de novo para o chão da pista que chama por mim... sei que me irei lembrar do teu toque, ta nossa troca de prazer... como adoro sexo!
Pouco mais irei reter da noite, gritos de loucuras, corpos que dançam ao som do prazer, esperamos demasiado por estas noites que acabamos por esquecer, com as pessoas que desejamos nem recordar.
Seremos eternos jovens a uivar a uma lua que cada vez se afasta mais do nosso ser.

PM
Edited: by Dave

domingo, 17 de abril de 2011

Árvore

Cai no chão, semente de desejo.
Aos poucos estica as raízes, tímida ao início com algum medo do mundo feroz que a rodeia... No entanto vai-se desenvolvendo e ganhando coragem até que se torna segura no seu tronco, enraizada no seu chão.
Via a cidade ao longe e com o passar dos anos enrijecia e aprendia sobre o mundo, enquanto a cidade se aproximava.
Vários sonhos fizeram nela a sua casa, e ela própria sonhava em alcançar o céu um dia, a cada ano que passava ela chegava mais perto e mais perto… a certa altura sentia-se secar, perdia as suas amadas folhas e flores mas logo depois reflorescia com mais força, sem nunca desistir do seu sonho.
Com a aproximar da cidade ela viu amores começarem e acabarem, cravaram na sua casca dura paixões que rapidamente desvaneciam, porém ela sorria com orgulho daqueles que amaram sobre ela.
Um dia sentiu-se cair, perdeu as raízes e ficou fraca ao ceifaram-lhe a vida.
Pegaram em toda a sua força e esplendor e fizeram dela fina folha de papel.
Nos seus últimos momentos fraca e sensível um jovem rapaz escreve-lhe na pele:
"Quando tudo tiver fim, sem princípio algum, serei princípio de mim."
Sentido as palavras do rapaz agarrou o seu sonho mais fortemente que nunca.
E numa ultima luta… num ultimo suspiro de guerra… a folha de papel voou mais alto do que algum dia tinha sonhado!
21

The wolf




Como todos já vesti a pele do mal, do lado negro que nos parece tão aliciante, quase inegável.
Vesti a pele de cordeiro, infiltrei me na manada e saciei-me ás custas dos meus, lado que não me orgulho, lado que se apoderou de mim aos poucos como defesa do essencial.
Como poderia proteger me doutra maneira ? Sem te magoar como magoei?
Envolto na adrenalina não soube ver que o importante era continuar, insistir nesse sentimento de amizade que se desvanece , que se turva...
Atingimos pontos sem retorno, a adrenalina do desafio tomou conta de nós, e agora nesta competição que nenhum vai ganhar , vemo-nos ambos incrédulos, perdendo o mundo aos poucos.
Nesta queda sem fim, quando damos as mão e aceitamos cair juntos ?
Decerto não teremos escolha senão a resignação e aceitar esta frustração inerte.
Voemos de novo, segura-me a mão e vamos para o sitio só nosso onde podemos estar aconchegados.
Agora somos só nós, eu e tu, e uma imensidão de percurso por andar.
Descobriremos mundos na nossa interminável ingenuidade pura .
Voltemos atrás .

Divindades Abaladas


Somos deuses num mundo de plebe desesperada.
Olhamos a imperfeição com um brilho nos olhos e com um amor que nos surge como nato.
Não percebemos como os outros não o conseguem fazer, mas mesmo assim sustemos aquela fantasia que os faz sobreviver... aquela fantasia que os faz aguentar...
Dói-nos e acima de tudo consome-nos a alma, pois como deuses presos nesta condição humana somos consumidos a uma velocidade letal e nesta adolescência a que estamos presos pesa-nos a alma envelhecida.
Bebemos e fumamos a dor que não desaparece, custa-nos o esforço mas batalhamos para manter a fantasia e felicidade dos outros... da plebe que se alimenta às nossas custas!
O sexo já nao nos preenche as falhas que o amor deixa para trás.
Como sobreviveria a humanidade na desistência divina ?
Unos, perfeitos na imperfeição, presos em corpos que nos reduzem...
Quando me pergunto se o esforço vale apena... o nosso eterno amor atroiçoa-me o peito e faz-me continuar a ser consumido em nome da fantasia sustentada, a nao desistir de continuar as tretas que servem de base... para esta falsa estabilidade.
Maldição disfarçada de esplendor, esta que nos leva.

História compilada

Vamos direitos para o Inferno por nos deliciarmos divinalmente neste gosto a pecado. Sem limites ou fronteiras, despidos de tudo e todos, entregues só a nós.

Eternos cúmplices no nosso hedonismo incorrecto.

Mas que posso fazer se adoro a adrenalina que me corre nas veias, esta sensação de liberdade? A ansiedade desta escolha que me consome a alma.

O lutar para ser bom e correcto mas a provar incansavelmente do fruto proibido.

O ter-te perto a ti e a ela...

O teu suor, o sentir o cheiro dela, o nosso magnetismo animal contra o sentimento profundo de ternura. Loucura a desta confusão que toma conta de mim, a ausência de uma escolha que me define.

Ser um nada ou ser um tudo ?

Deixou de haver meio termo, esta incapacidade de escolha acabará por escolher por mim, contudo este ser que vive de uma adrenalina indomável, de um desejo incansável, neste momento sou Eu!

Desfruto desta caminhada com um fim violento.

(...)

Depois do cair e levantar, do iludir, da escolha e da batalha, do ganho e da derrota...

Depois de ser tornado réstia d besta que respirava confiança, do animal que rugia de esplendor, lambo as feridas resignado.

Nada mais me resta do que a coragem semi-nua no canto, abalada e confusa.

Porém essa restia de chama em mim será novo princípio da fogueira que há-de vir.

Loucura do próximo limite que ousarei desafiar.

Eterno parvo, eterno audaz.

Agora é tempo de recuperar...