
A voz da minha loucura ecoa nas paredes.
Sinto-a nos livros que me observam e nas estantes que me apertam o espaço na biblioteca.
Todo eu sou loucura, nela estou contido, a ela sirvo.
Não com esta impotência desalmada... tenho controlo nos meus limites , nas minhas capacidades mas ela chama-me sedutora, serpenteando a minha mente e testando-me.
Quebro os limites e ela atormenta-me...
Que queres de mim ? - pergunto-lhe
Não me responde, deixa-me a falar sozinho como louco abandonado.
Já nem a minha loucura me faz caso, já está tão em mim que responder-me seria inútil e perderia todo sentido, toda a essência de razão que ainda lhe resta.
Rasgada pelo chão olho a sanidade, a que outrora dominava está agora num canto escuro submissa. A linha ténue esbateu-se de tal forma e força....
Não quero perder-me na loucura apenas retirar o melhor dela antes que ela retire o melhor de mim... Constante batalha.
O que seria a vida sem a dose de loucura ? Ávida loucura....
Restos é tudo o que sobra da sanidade de outrora.
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