quinta-feira, 9 de junho de 2011

Insanidades


A voz da minha loucura ecoa nas paredes.

Sinto-a nos livros que me observam e nas estantes que me apertam o espaço na biblioteca.

Todo eu sou loucura, nela estou contido, a ela sirvo.

Não com esta impotência desalmada... tenho controlo nos meus limites , nas minhas capacidades mas ela chama-me sedutora, serpenteando a minha mente e testando-me.

Quebro os limites e ela atormenta-me...

Que queres de mim ? - pergunto-lhe

Não me responde, deixa-me a falar sozinho como louco abandonado.

Já nem a minha loucura me faz caso, já está tão em mim que responder-me seria inútil e perderia todo sentido, toda a essência de razão que ainda lhe resta.

Rasgada pelo chão olho a sanidade, a que outrora dominava está agora num canto escuro submissa. A linha ténue esbateu-se de tal forma e força....

Não quero perder-me na loucura apenas retirar o melhor dela antes que ela retire o melhor de mim... Constante batalha.

O que seria a vida sem a dose de loucura ? Ávida loucura....

Restos é tudo o que sobra da sanidade de outrora.

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